quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

em jeito de desabafo

É incrível todos os dias perceber que sei tão pouco, que conheço tão pouco. Que aqueles com quem passo o meu dia escondem tantas histórias tão dolorosas em atitudes que não demoro a julgar, sabendo tão pouco, conhecendo tão pouco. Esqueço que os contextos em que nascemos e crescemos nos constroem e que aquilo que é fácil para mim compreender e entender como Bom, é mandarim para o outro, ininteligível sequer como algo de positivo. Que se fosse eu a ter crescido com o meu pai a ameaçar a minha mãe de morte e a assistir a brutais cenas de violência entre aqueles que deveriam ser o meu casulo, provavelmente nem me teria safado tão bem, crescido assim desenrascadamente. E é ao conhecer um pouco, ao levantar um bocadinho o véu, soprando levemente, que me apercebo que sei tão pouco, que conheço tão pouco, e que julgo tanto, que critico muito. E, rezando, vou mudando o que conheço e tentando tansformar o que não conheço.


Dou graças por conseguir ser, de alguma forma, veículo de Deus para os outros, mesmo que saiba pouco.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Em conflito.

Imagino o oceano, qualquer um, um qualquer, não interessa, interessa o que é: mar, vasto, a perder de vista, pontilhado por eventuais recifes, ilhas, continentes, movido por correntes, ventos, inundado de vida por dentro, escondida.
Vejo-me num pequeno barco, daqueles botes de pesca com velas, que não sei o nome, mas que sei a imagem.
Sou marinheiro, viajante, comerciante, pirata, navegador, comandante, turista, pescador, sou todos estes porque sou para onde quero ir: Casa.

...

Do meio do nada, por entre a ondulação que embala surge uma leve brisa. Olho a bússola: vem de Norte. Iço a vela e começo o meu caminho.
Navego, aparentemente sem rumo, mas guiado pela esperança desta brisa que me pôs a caminho, que me fez içar a vela, que acordou o barco do embalar hipnotizante das ondas.
Dias passam, e vem o tempo de novo sem vento. Pego os remos e aproveito a inércia que levava. Surge novo vento, mas desta vez contrário ao meu sentido: vem de Sul.
E agora? Iço e a vela e volto para trás? Se está vento se calhar é melhor aproveitar...além disso nem sei se este é o sentido para casa, estou perdido.
Espero, não iço a vela...e começo a ficar cansado...suspiro.
Hem?!
Que sabor é este?!
Espera não é sabor, é um perfume! É o perfume de Casa!! E é o vento que o trás! Então é mesmo para onde ia!
Pego nos remos, e movo os braços com força redobrada: sei que estou no caminho certo!
O vento volta a parar.
Uma ilha. Mesmo no meio do meu caminho...e é extensa. Tenho de a contornar. Posso levar horas, alguns dias talvez.
Vento Norte de novo. Mas agora não posso ir para Sul, ou encalho na ilha... caramba, que má altura para aparecer.
Remo a contornar a ilha direito a Ocidente, sempre com o vento Norte a fustigar-me o rosto e arrefecer o meu corpo.
A ilha é longa, os meus braços fracos, e o vento não ajuda.

...

Um dia este marinheiro, viajante, pirata, comerciante, navegador, turista, pescador, vai perceber que não há ventos contrários quando se sabe a técnica da bolina. Vai perceber que os ventos estão sempre a dar-lhe força para chegar a Casa. Vai conhecer o caminho sabendo seguir o perfume de Casa que os ventos lhe trazem. Vai acreditar que está no sentido certo e continuar a remar mesmo quando os ventos não se fizerem sentir.
Até lá, a viagem irá parecer longa, dura, e às vezes sem sentido.

Mas de que outra maneira pode ele aprender?

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Post 1 (podia ser Nest 1, mas isto não se come)

"
-O que é que me vais ensinar, Mestre?
-Apenas aquilo que me pedires que te ensine.
-Então apenas tenho que te pedir e tu ensinas-me?
-Sim, se me pedires eu ensino-te. Mas isso não basta para aprenderes o que te ensino.
-Então que tenho de fazer para aprender?
-Não podes fazer nada: tens de ser Discípulo.
-O que é um discípulo?
-Um discípulo é aquele que se esvazia para poder ser cheio dos ensinamentos do mestre.
Um discípulo é aquele que se faz pequeno para que o mestre o engrandeça.
Um discípulo é aquele que se põe em silêncio para poder escutar e beber as palavras do mestre.
Um discípulo é aquele que vive em paz a rotina - que é paciente - pois anseia todos os ensinamentos do mestre, mas sabe que ele apenas os irá revelar no seu tempo devido: sabe que tudo tem o seu tempo.
Um discípulo é aquele que deseja entender e saber tudo, mas que vive na serenidade de saber que apenas pode saber o que o mestre lhe revelar.
Um discípulo é aquele que todos os dias quando se levanta logo se ajoelha em agradecimento pelo que tem recebido.
Um discípulo é aquele que confia no mestre e por isso faz tudo o que ele mandar: é disciplinado e orienta a sua vontade pela vontade do mestre.
Um discípulo é aquele que quer fazer o caminho do mestre, com o mestre.
Um discípulo é aquele que reconhece a importância tanto do trabalho como do descanso e por isso não descura nenhum dos dois: sabe saborear os frutos do seu trabalho.
Um discípulo é aquele que volta regularmente a olhar, junto com o mestre, para aquilo que aprendeu, para assim poder ver, como o mestre vê, o caminho que percorreu e poder dar-lhe um sentido.
Um discípulo é aquele que deseja um dia ser mestre.
Um discípulo quer seguir o mestre para todo o lado.
Um discípulo ama o mestre.
-Mas mestre, eu ainda não sou isso tudo...mas desejo ser teu discípulo.
-Então pede.
-O quê?
-Que eu te deixe ser meu discípulo.
-Mas para o ser não tenho já de ser o que me disseste?
-Como te podes tornar a ti próprio naquele que ainda não és? Apenas eu to posso conceder, mas apenas se mo pedires.
-Então, mestre, deixa-me ser teu discípulo.
-Faça-se conforme o desejo que me expressaste. Mas lembra-te disto: que apenas poderei ensinar-te o que me pedires, e que o erro é condição necessária para reconheceres o que precisas de aprender. Tu vais continuar a tropeçar e a cair mas, se mo pedires, eu posso te ensinar e ajudar no teu caminho.
-Eu quero mestre, e assim to peço.
-Então que assim seja."

domingo, 6 de dezembro de 2009

Um mais um igual a quantos?

Voltar à blogosfera é estranho.

Mas um mais um... quer dizer que nao volto sozinha. Entao voltar à blogosfera é bem bom, ei! :)


A pergunta é... Sobre o que vamos escrever Chico?! ;)



sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Um mais um

Uma génio criativo como o meu.
Um espírito inventivo como o teu.
A nossa piada fenomenal.
A nossa beleza embriagante.

Só pode resultar em algo incrível este blog!

Equação do Sucesso:

1 Eu+ 1 Tu = 1 Nós